segunda-feira, julho 14, 2008

Os milhares de versos, que para ti eu fiz.

Há uma tortura no meu pensar,
Um triste lamento,
Algo indiscernível que não quer calar,
Triste... triste sofrimento.

Fizera... eu fizera milhões de versos,
Também pudera, é dom que me aflige!
Transcreveria à ti a minha alma dispersa,
Se estes versos ao teu olhar não agredisse.

Fizera milhões de versos,
Fizera milhões deles,
Neles a dor que me cansa está;
Fizera... fizera milhões de versos.

Tortura do pensar... Triste lamento!

Obtuso pensamento, díspares caminhos,
Eu fizera milhões de versos,
Se uníssemos as mãos,
E selássemos nossos destinos.

Eu fizera milhões de versos em coro;
Em minhas mãos calejadas e esguias,
Criei-os, profiro-os em série,
Versejei como a um clamor para ti em choro.

Eu fizera milhões de versos,
Como a um canto que entoa teus encantos,
E que te guiaria para junto de mim...

Tortura do pensar, triste lamento!

Eu fizera milhões de versos para te dizer,
Mas neles, não coube a minha dor,
Eu fizera milhões de versos para não sofrer,
É inútil agora os dizer, se o teu amor já se acabou.

Então não mais os digo, sussurro ou declamo,
Milhões de versos eu poderia escrever,
Mas para não dizê-los chorando,
Retenho os ínfimos versos de se dizer.

E guardo-te junto deles no peito,
Onde mora os milhões de versos que para ti eu fiz,
E não os digo; Ah Juro que não!
Não posso ceder desse tal jeito.

E os milhões de versos que para ti eu fiz, não os digo,
Não os digo nem aqui, nem além,
Não falo, não entrego, nego os versos que para ti eu fiz.

Os guardo na boca, a quase saltar pelas linhas,
Mas não os digo, não os digo,
Nem à força, nem que eu queira
Não os digo, não mesmo!
Os milhares de versos que para ti eu fiz.