quinta-feira, julho 24, 2008

Negra noite

Esta negra noite que me cala,
Na virada da minha dor temida,
Esta negra noite que me fala,
O que de ti não sei sentir...

Esta minha dor, tão dor, tão só,
Tão sem sentido, minha real inverdade,
Esta negra solidão ilusória,
Que me rasga como tecido morto.

Esta negra dor veneno,
Incauta perfídia que me castiga,
Essa dor veneno, minha dor de vicio,
Amor negro solitário da minha vida.

Esta negra dor que me fala,
O que não se deseja ouvir tão só,
Esta negra noite que me marca,
A me deixar a alma doída, sem dó.

Esta negra marca que não resguarda os sentidos,
Consome o peito doentio de amores,
Esta negra marca de pendores doídos
Tardio, marcado, resvalado de pudores.

Esta negra sina bravia,
Marcante, intensa nas negras noites solitárias,
É o que se faz marcar tremores e sangria,
É o que se faz atar laços de linhas imaginárias.

Esta negra noite que se vai,
Para longe de mim te levou,
Só o amor ficou... nada mais,
Sem ti, sem dó, sem beijos...
Partiste!

segunda-feira, julho 14, 2008

Os milhares de versos, que para ti eu fiz.

Há uma tortura no meu pensar,
Um triste lamento,
Algo indiscernível que não quer calar,
Triste... triste sofrimento.

Fizera... eu fizera milhões de versos,
Também pudera, é dom que me aflige!
Transcreveria à ti a minha alma dispersa,
Se estes versos ao teu olhar não agredisse.

Fizera milhões de versos,
Fizera milhões deles,
Neles a dor que me cansa está;
Fizera... fizera milhões de versos.

Tortura do pensar... Triste lamento!

Obtuso pensamento, díspares caminhos,
Eu fizera milhões de versos,
Se uníssemos as mãos,
E selássemos nossos destinos.

Eu fizera milhões de versos em coro;
Em minhas mãos calejadas e esguias,
Criei-os, profiro-os em série,
Versejei como a um clamor para ti em choro.

Eu fizera milhões de versos,
Como a um canto que entoa teus encantos,
E que te guiaria para junto de mim...

Tortura do pensar, triste lamento!

Eu fizera milhões de versos para te dizer,
Mas neles, não coube a minha dor,
Eu fizera milhões de versos para não sofrer,
É inútil agora os dizer, se o teu amor já se acabou.

Então não mais os digo, sussurro ou declamo,
Milhões de versos eu poderia escrever,
Mas para não dizê-los chorando,
Retenho os ínfimos versos de se dizer.

E guardo-te junto deles no peito,
Onde mora os milhões de versos que para ti eu fiz,
E não os digo; Ah Juro que não!
Não posso ceder desse tal jeito.

E os milhões de versos que para ti eu fiz, não os digo,
Não os digo nem aqui, nem além,
Não falo, não entrego, nego os versos que para ti eu fiz.

Os guardo na boca, a quase saltar pelas linhas,
Mas não os digo, não os digo,
Nem à força, nem que eu queira
Não os digo, não mesmo!
Os milhares de versos que para ti eu fiz.

segunda-feira, julho 07, 2008

Go, Johnny, go!

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