Charneca em flor.
Teus olhos, cisnes puros!
Nascente de águas escuras,
Turmalina negra,
Síndrome da minha convalescência.
Se te vejo, e teu olhar fito,
É a sensação de estar rente a um despenhadeiro.
Já nem sei mais lidar com o ar rarefeito,
E o corpo trêmulo, meu Deus, meu Deus,
O que me toma por prisioneiro?
Como apenas uma mulher é capaz de tal feito?
Teus olhos, arma lenta e tênue... cegam-me os meus.
Mas teus olhos esgueiram-se de mim,
Inocente dos meus... – ausentes da liberdade!
Enquanto os meus, num desejo mágico e fremente,
Ama-te amiúde num suplício de tântalo.
Teus olhos, pequeno ser angelical,
Flor de perfume quente, marcante,
Esbarram-se nos meus,
Num sorriso terno e simpático.
Ei-lo assim:
O qual não quero,
No qual eu sofro,
Pelo qual eu ardo,
Pelo tal eu morro.
Teus olhos são uma noite de verão sem vento,
A qual me dopa.
Teus olhos enfeitiçam-me feito âmbar vespertino,
E vem do teu corpo uma graça pousada,
Uma ópera para o deleite da minh’alma.
A vociferação dos perfeitos ventos sulinos,
Que se transformam em odes e cantatas,
No emaranhado encontro com os teus cabelos,
Em sincronia com a tua boca repleta de orvalho.
Meu deleite mais poético:
Teus olhos.
E se assim os teus encantos fossem meus,
É doído dizer que já não mais eu te queria,
Porque assim, em meu ser tudo estaria terminado,
Seria enfim, o acúmulo da fé dos desesperançados.
Miras, eu sei,
Quando assim o faz por curiosidade,
Absorta no desacaso, ao tempo, ao teu vagar,
Ou se de vontade que não se alimenta,
Passas lento, beleza a afogar meus olhos,
Teus olhos, duas portas de um santo templo.
Miras, eu sei,
E nestes lampejos entre trocas de nossos olhares,
Minha vontade do que não se pode ter sido,
Alimenta-se nos faróis do teu corpo.
O olhar um no outro:
Um, o amor antes de ser feto, morto,
Peças do atraso.
O outro, musa graciosa, uma sensível nuvem,
Perfeição rarefeita de traços inumeráveis,
Linda, caminhando por sobre os astros.
Nascente de águas escuras,
Turmalina negra,
Síndrome da minha convalescência.
Se te vejo, e teu olhar fito,
É a sensação de estar rente a um despenhadeiro.
Já nem sei mais lidar com o ar rarefeito,
E o corpo trêmulo, meu Deus, meu Deus,
O que me toma por prisioneiro?
Como apenas uma mulher é capaz de tal feito?
Teus olhos, arma lenta e tênue... cegam-me os meus.
Mas teus olhos esgueiram-se de mim,
Inocente dos meus... – ausentes da liberdade!
Enquanto os meus, num desejo mágico e fremente,
Ama-te amiúde num suplício de tântalo.
Teus olhos, pequeno ser angelical,
Flor de perfume quente, marcante,
Esbarram-se nos meus,
Num sorriso terno e simpático.
Ei-lo assim:
O qual não quero,
No qual eu sofro,
Pelo qual eu ardo,
Pelo tal eu morro.
Teus olhos são uma noite de verão sem vento,
A qual me dopa.
Teus olhos enfeitiçam-me feito âmbar vespertino,
E vem do teu corpo uma graça pousada,
Uma ópera para o deleite da minh’alma.
A vociferação dos perfeitos ventos sulinos,
Que se transformam em odes e cantatas,
No emaranhado encontro com os teus cabelos,
Em sincronia com a tua boca repleta de orvalho.
Meu deleite mais poético:
Teus olhos.
E se assim os teus encantos fossem meus,
É doído dizer que já não mais eu te queria,
Porque assim, em meu ser tudo estaria terminado,
Seria enfim, o acúmulo da fé dos desesperançados.
Miras, eu sei,
Quando assim o faz por curiosidade,
Absorta no desacaso, ao tempo, ao teu vagar,
Ou se de vontade que não se alimenta,
Passas lento, beleza a afogar meus olhos,
Teus olhos, duas portas de um santo templo.
Miras, eu sei,
E nestes lampejos entre trocas de nossos olhares,
Minha vontade do que não se pode ter sido,
Alimenta-se nos faróis do teu corpo.
O olhar um no outro:
Um, o amor antes de ser feto, morto,
Peças do atraso.
O outro, musa graciosa, uma sensível nuvem,
Perfeição rarefeita de traços inumeráveis,
Linda, caminhando por sobre os astros.
Marcadores: Beirut, Capitú, Elephant gun, Poemas de amor